Este guia organiza cada etapa da compra e orienta quem enfrenta as exigências do mercado em 2025. A seção inicia explicando o objetivo: sistematizar tarefas desde a análise de documentos até a validação jurídica e financeira.
Em São Paulo, a documentação sólida — escritura, matrícula atualizada, habite-se e certidões de ônus — reduz riscos e surpresas. Profissionais como corretores e advogados ajudam na validação. O planejamento financeiro deve incluir ITBI, taxas de escritura e registro.
A realidade atual traz crédito mais seletivo e novas regras, como a flexibilização de financiamento SBPE pela Caixa. Por isso, o leitor aprenderá a checar matrícula, ônus e débitos de condomínio antes de assinar.
O conteúdo estrutura-se em visão do mercado imobiliário, lista de documentos, análise da matrícula, financiamento, custos obrigatórios, vistoria técnica e mitigação de riscos. O objetivo prático é permitir que o comprador registre status e resolva pendências com segurança.
Principais Lições
- Organizar documentos evita atrasos e custos extras.
- Verificar matrícula e ônus antes de assinar reduz riscos.
- Planejar custos de transação entre 5% e 7% do valor.
- Agendar vistoria e comparar ofertas locais garante preço justo.
- Buscar empresas e profissionais com histórico sólido.
Visão geral do processo de compra no mercado imobiliário atual
Taxas maiores e critérios bancários mais rígidos redesenham a dinâmica da aquisição. Nos últimos anos, o encarecimento do crédito elevou o custo do financiamento e deixou os bancos mais seletivos. Isso exige planejamento financeiro antecipado e simulações em diferentes instituições.
Contexto 2025: crédito, juros e seletividade na demanda
Em 2025, lançamentos ficaram mais caros por causa do aumento nos custos de construção e terrenos. Parte da demanda migrou para imóveis usados, que oferecem maior espaço de negociação.
Juros mais altos afetam a parcela e a capacidade de compra. A Caixa reabriu o SBPE para financiar mais de um imóvel, o que muda condições para investidores e famílias.
Compra segura começa com planejamento e informação
Olhar além do preço anunciado é essencial: impostos, taxas, reformas e custos de condomínio influenciam o custo total. Em muitas capitais a taxa média de condomínio chega a R$ 691, o que pode tornar casas mais atraentes que apartamento.
- Simular crédito em vários bancos desde o início;
- Avaliar liquidez e sinais locais na cidade de interesse;
- Buscar empresas e profissionais consolidados para checagem documental.
Conectar planejamento financeiro e jurídico em uma linha do tempo reduz atrasos: da proposta ao registro é preciso cumprir prazos de cartório e exigências do banco para evitar custos extras.
Checklist para comprar imóvel: documentos e verificações essenciais
A segurança da compra começa pela documentação. Exigir originais e cópias legíveis reduz retrabalho em cartório e na análise do banco. Documentos atualizados agilizam o processo e evitam negativas.
Documentos pessoais e comprovação de endereço
RG, CPF e comprovante de residência recente são básicos. Bancos e cartórios pedem originalidade e atualização para confirmar identidade e vínculo com a região.
Documentos do imóvel e registro
Solicitar escritura e certidão de matrícula atualizada é fundamental. A matrícula mostra o histórico de atos e eventuais ônus; discrepâncias de metragem ou número devem ser sanadas antes do registro.
Habite-se e certidões indispensáveis
Para construções posteriores a 1980, peça o habite-se. Sem ele, financiamento ou registro podem ser negados. Exigir certidões de ônus reais, inteiro teor, IPTU quitado e negativa de débitos do condomínio afasta dívidas vinculadas ao bem.
Certidões do vendedor e verificação final
Obter certidões de protestos, ações cíveis, trabalhistas e da Justiça Federal do vendedor evita surpresas. Verifique também reformas não averbadas e atas do condomínio quando for apartamento.
“Sem registro, a propriedade não é transferida — a papelada é proteção para comprador e vendedor.”
- Arquivar digitalmente cada documento com data e cartório emissor.
- Consultar prefeitura sobre zoneamento e restrições.
- Contar com o apoio de advogado para análise detalhada.
Análise jurídica da matrícula e regularidade da propriedade
A matrícula do imóvel funciona como um documento público que mostra toda a história registral da propriedade. Conferir esse registro evita surpresas e permite identificar gravames que oneram o bem.
Matrícula como “RG do imóvel”: averbações, hipotecas e penhoras
Saber ler a matrícula permite localizar averbações, hipotecas e penhoras. Verifique se o nome do vendedor aparece como titular do direito de propriedade.
É prudente solicitar a certidão de inteiro teor recente. Ela expõe a cadeia dominial e cláusulas que podem afetar o contrato.
Reformas e ampliações: necessidade de aprovação e averbação
Compare a descrição da área no registro com a realidade física e o projeto aprovado. Diferenças de metragem travam o registro e negam financiamento.
- Confirme habite-se e alvarás junto à prefeitura;
- Exija plantas e histórico de aprovações de construção;
- Inclua cláusulas contratuais que condicionem pagamento à apresentação de matrícula sem ônus e certidões limpas.
“Reformas não averbadas podem impedir o registro e criar dívidas vinculadas à propriedade.”
Recomendação: conte com advogado para análise detalhada e para checar o cartório competente de registro imóveis, evitando homônimos e riscos ocultos.
Financiamento imobiliário e análise de crédito
Antes de assinar o contrato, o banco analisa com rigor a capacidade de pagamento e a consistência dos comprovantes apresentados. Esse exame define prazos, taxas e o valor financiado, e exige documentos atualizados e coerentes.
Comprovantes de renda, IR e extratos: o que os bancos avaliam
Os bancos pedem holerites, declarações de Imposto de Renda, extratos bancários e certidões de regularidade fiscal. Atualidade e consistência desses documentos são essenciais.
O banco mede comprometimento de renda, histórico de pagamentos e estabilidade. Isso influencia prazo e taxa do financiamento.
Instituição financeira, prazos e custos do crédito
É recomendável simular parcelas em várias instituições. Compare valor da parcela, CET, seguros e tarifas, pois a Caixa nem sempre oferece a melhor condição em 2025.
“Contrato e aprovação dependem da matrícula sem pendências — a etapa jurídica é tão decisiva quanto a financeira.”
- Organizar uma pasta com todos os documentos acelera o processo;
- Considere prazos longos (anos) e projete despesas recorrentes como condomínio e IPTU;
- Imóveis com reformas não averbadas podem ser recusados; regularize antes de solicitar crédito.
Planeje com margem de segurança: inclua CET e seguro habitacional na planilha e alinhe datas de aprovação e cartório para evitar perda de validade de certidões.
Custos obrigatórios: ITBI, escritura e registro de imóveis
Os custos obrigatórios da transação exigem planejamento financeiro antes da assinatura.
O ITBI é um imposto municipal devido antes da transferência. A guia costuma ser paga antes da lavratura da escritura ou do registro, conforme regras do município.
Normalmente o ITBI varia entre 2% e 3% do valor do bem. Em muitos locais o cálculo recai sobre o maior entre o valor venal e o declarado.
As despesas de escritura e o registro no cartório costumam ficar entre 1% e 2% cada, segundo tabelas estaduais e faixas de preço.
Planeje entre 5% e 7% do valor para taxas, impostos, certidões e emolumentos. Reserve também verba para reconhecimento de firma e segundas vias.
“Sem o registro não há transferência legal da propriedade.”
- Confira exigências de documentação e prazos do cartório com antecedência.
- Sincronize a tramitação com a agenda do banco em caso de financiamento.
- Verifique eventuais isenções de ITBI para primeiro imóvel ou programas locais.
Avaliação técnica do imóvel: estado de conservação e vícios ocultos
Antes de fechar negócio, a avaliação técnica revela defeitos que alteram preço e prazo. Uma vistoria completa identifica problemas de construção, infiltrações e falhas nas instalações que aumentam custos.
Estrutural, elétrica e hidráulica: o que testar em cada visita
Verifique rachaduras, especialmente diagonais; elas podem indicar dano estrutural grave.
Teste tomadas, disjuntores, chuveiros, torneiras e descargas. Procure vazamentos, baixa pressão e pisos ocos.
Imóvel usado: quando a vistoria técnica é indispensável
Secovi‑SP recomenda laudo de engenheiro ou arquiteto para bens com mais de 15 a 20 anos.
Vistorias em dias e horários distintos ajudam a avaliar ventilação, incidência de sol, ruídos e umidade.
Impacto de idade e reformas no financiamento
Reformas não averbadas podem impedir o registro e o financiamento. Regularizar obras reduz riscos.
Documente tudo: fotos, listas de problemas e laudos. Isso fortalece a negociação e influencia o valor imóvel e o cronograma.
- Checar sinais de umidade (mofo, bolhas) e revestimentos soltos.
- Avaliar necessidade de modernização de fiação e canos em bens antigos.
- Contratar vistoria independente para apartamento ou casa usados.
Para entender riscos de financiamento relacionados a reformas, consulte também um texto técnico sobre o tema: risco de comprar um imóvel financiado.
Localização, segurança e vida no entorno
Observar o bairro em horários de pico revela a real mobilidade e o tempo até o trabalho. Visitas em dias úteis e fins de semana mostram como a circulação, o transporte público e o trânsito variam ao longo do dia.
Infraestrutura da região: mobilidade, serviços e custo de vida
Cheque presença de metrô, linhas de ônibus e vias principais que facilitem o deslocamento. Avalie distância até mercados, farmácias, escolas e hospitais.
A oferta de serviços reduz a dependência do carro e impacta o custo mensal e a qualidade de vida na cidade.
Condomínio: taxa, administração e regras que impactam o dia a dia
Analise atas de assembleia e balancetes para identificar obras previstas, passivos e inadimplência. Compare o valor do condomínio com os serviços oferecidos.
Verifique regras sobre reformas, pets, barulho e vagas. Conversar com moradores ajuda a entender a administração e a segurança do prédio.
“Boa iluminação, pavimentação e controle de acesso aumentam a sensação de segurança e valorizam o imóvel.”
- Avaliar posição solar e ventilação do apartamento para conforto e economia de energia.
- Observar a vizinhança em horários variados para medir ruídos e segurança.
- Comparar imóveis semelhantes na mesma área para contextualizar o valor pedido.
Riscos comuns e como mitigá-los no processo de compra
Riscos documentais e jurídicos são as causas mais comuns de atrasos e custos extras na negociação de um imóvel.
Entre os problemas recorrentes estão ônus na matrícula, reformas sem averbação, divergências cadastrais e ações que podem atingir os bens após a venda.
Exigir certidões atualizadas do vendedor — cíveis, trabalhistas, protestos e Justiça Federal — e conferir nome e CPF/CNPJ reduz o risco de homônimos e dívidas ocultas.
Dívidas de IPTU e condomínio podem recair sobre a propriedade; por isso peça declaração de quitação e verifique atas do condomínio para obras ou passivos coletivos.
- Consulte a prefeitura sobre zoneamento, tombamento e restrições de uso;
- Inclua cláusulas contratuais que condicionem pagamento à apresentação de certidão e matrícula sem pendências;
- Solicite vistoria técnica e laudo para identificar vícios ocultos antes do registro.
“Sem documentação regular, o banco pode reprovar o crédito e atrasar todo o processo.”
Mantê-las válidas até o registro evita surpresas e garante que a compra avance com segurança no mercado imobiliário.
Conclusão
A decisão final deve se ancorar em documentos atualizados, , análise técnica e planejamento financeiro.
Uma compra segura depende de um checklist completo, leitura atenta da matrícula e conferência das certidões até o registro. O custo total costuma chegar a 5%–7% do valor entre ITBI, escritura e registro.
Laudos e vistoria reduzem riscos de vícios ocultos no apartamento e evitam gastos inesperados. Simulações de financiamento em bancos distintos esclarecem prazo, CET e seguros antes da assinatura.
Mantenha a documentação válida até a conclusão do registro e use cláusulas contratuais condicionais para proteger contra dívidas ou inconsistências. Buscar apoio jurídico e técnico aumenta a chance de uma compra tranquila e da transferência segura da propriedade.

